Mauro De Nadal faz balanço de sua passagem pela Presidência da Alesc
FOTO: Giovanni Kalabaide
No próximo dia 31 de janeiro, Mauro De Nadal (MDB) encerra sua segunda passagem pela Presidência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. No quarto mandato de deputado estadual, o parlamentar, que já havia presidido a Casa por um ano, em 2021, em plena pandemia da Covid-19, faz um balanço dessa segunda Presidência, para a qual foi eleito por unanimidade em fevereiro de 2023.
Em entrevista à jornalista Maria Helena Saris, da TVAL, o deputado destacou iniciativas de sua gestão, como o Integra, comitê liderado pela Alesc que reúne diversas instituições e entidades para a elaboração e o acompanhamento de ações voltadas à segurança e à promoção da cultura de paz e cidadania no ambiente escolar, a oficialização das bancadas regionais e o Programa Alesc Itinerante, que levou o Parlamento para o interior de Santa Catarina.
Nadal também elencou ações administrativas, como a realização de concurso público e a economia de recursos, que chegou à casa de R$ 1 bilhão.
Logo no começo de sua gestão, Santa Catarina enfrentou o ataque à creche em Blumenau, que resultou na morte de quatro crianças. A Assembleia se mobilizou de imediato para dar uma resposta à sociedade. Como foi esse processo?
Foi um processo de amadurecimento, em um momento muito triste. Naquele momento, tivemos inúmeras iniciativas parlamentares tentando contribuir para que isso não acontecesse de novo. Reunimos todos os deputados e juntamos todos esses projetos em cima de um único estudo, que originou o Integra, com a participação de vários segmentos, setores, órgãos, poderes. Esse amadurecimento resultou em vários projetos, que foram sustentados por experiências que colhemos em outros países e aqui no Brasil.
Já no segundo ano de sua gestão, tivemos o Programa Alesc Itinerante, que levou a Assembleia para o interior. Que avaliação o senhor faz dessa iniciativa?
A avaliação é muito positiva. Até porque quando lançamos a iniciativa, alguns deputados estavam receosos sobre a presença do público, sobre o entendimento da sociedade sobre o programa. E o saldo foi bem positivo, porque tivemos a participação de quase 200 entidades, onde elas puderam expor aquilo que os deputados podem fazer por elas e pela região.
Além disso, nessas sessões, também realizamos o normal do Parlamento, como as reuniões das comissões, as votações em plenário. O fato de estarmos lá ouvindo a sociedade, dando a oportunidade para que a sociedade conheça os deputados, consiga interagir com eles, foi algo que nos gratificou demais e acredito que consolidou esse programa, para que ele ocorra em outros municípios.
O senhor também teve a oportunidade de exercer, pela segunda vez, o cargo de governador do Estado? Como foi a experiência?
Como pessoa e como deputado, foi uma grande experiência. O gesto de dar essa oportunidade para que eu pudesse assumir [o cargo de governador] é um gesto para com o Parlamento, para os 40 deputados, é uma forma de permitir que os deputados estejam governando, não apenas a figura do deputado Mauro, mas do chefe do Poder Legislativo. Foi uma experiência enorme e ao longo desse período envolvemos todos os deputados em todos os momentos em que estive como governador. Fizemos várias ações nas regiões das bancadas regionais, com a destinação de recursos das economias da Alesc para essas regiões.
A respeito das bancadas regionais, elas foram oficializadas por meio de lei durante a sua Presidência. Qual a importância delas?
É um modelo novo, que já esta sendo copiado por outros estados. O propósito é fazer com que os deputados possam se sentar, desprovidos de suas bandeiras políticas, e discutirem projetos que são importantes para suas regiões, não projetos políticos, mas de desenvolvimento, que geram oportunidades. O cidadão que vota para eleger os deputados vota com esse objetivo, ou seja, para que os deputados se unam na defesa daquilo que ele cidadão espera. A bancada regional foi um grande avanço para a política, porque estamos atendendo aquilo que é a vontade do cidadão.
Também durante sua gestão, por realizado concurso público para Alesc, que não ocorria há quase 15 anos. Por que foi importante realizar esse concurso?
Temos na parte administrativa da Assembleia um corpo técnico que precisa ter continuidade nos seus serviços, principalmente nas atividades meio e finalísticas. Os servidores que desenvolvem essas atividades precisam estar sempre aqui para orientar os deputados que chegam a cada quatro anos. E isso compete aos servidores efetivos, que só podem ser contratados por meio de concurso público. Realizamos esse concurso a pedido do sindicato dos servidores, mas também por entendermos que a Casa necessitava disso. Já chamamos os primeiros nomeados em dezembro e eles tomam posse em janeiro.
Considerando a gestão de 2021 e agora essa de 2023 a 2025, quais são os pontos que o senhor destaca como legados de sua passagem pela Presidência da Assembleia?
Me preparei para o desafio de ser presidente, já em 2021. Agora, tive a oportunidade se ser presidente por dois anos. Muitos dos projetos que estavam em mente saíram do papel. Acredito que muitos deles serão lembrados, e muitos deles ficarão como legado. Mas eu destacaria dois: a criação das bancadas regionais e as sessões itinerantes. Essas duas ações representam a aproximação da Assembleia daquilo que ela representa: o cidadão catarinense; Aproximando o Parlamento desse cidadão, nós vamos acertar cada vez mais nos encaminhamentos dos projetos, na defesa daquilo que o catarinense realmente quer para o estado.
Como que o senhor gostaria de ser lembrado?
Um gestor aberto a opiniões, que construiu sua gestão ouvindo os deputados. Nenhuma decisão importante deixou de ser compartilhada com os deputados. Os líderes sempre estiveram muito presentes nas discussões e nos encaminhamentos. Também fui um presidente muito preocupado com o recurso público, tanto que nesses três anos fizemos uma gestão econômica, na casa de quase um bilhão de reais, que retornou aos cofres do Estado na forma de ações do governo.
Agência AL